Tiozinho da cadeira de rodas mete 90km/h na bicha



Fonte: www.diarinho.com.br - 27/05/2010



Na BR/101 ele não vai mais depois do flagra da PRF, mas na cidade apavora a bordo da sua cadeira envenenada

Francisco Carlos Roma, 46 anos, o cadeirante bom humor que roda pela região a bordo de uma cadeira de rodas motorizada, continua a rodar com a bichinha pela city de Itapema . Ele chega a rodar com 90 km/h na cadeira, mesmo contrariando a lei. Depois que Francisco foi flagrado pela polícia competindo de igual pra igual com os carros maiores na BR-101, ficou famoso com um vídeo que colocaram na internet mostrando sua aventura. Confira aqui: http://www.youtube.com/watch?v=F-FOeffxV_o&feature=related
Francisco responde à justiça por direção perigosa, mas continua rodando por Itapema com a cadeira envenenada, que tem motor de uma moto Y BR, 125 cilindradas. Ele garante que não voltou pra BR depois do flagra, mas que pela cidade roda tranquilo.
“Pra mim, 90 km/h é normal, é velocidade pra andar dentro da cidade”, manda o cadeirante selvagem. Só que fazer isso numa cadeira de rodas é considerado ilegal, já que ela não é um veículo aprovado pelos órgãos de trânsito.
Em janeiro, Francisco foi flagrado a mais de 100 km/h pela polícia Rodoviária Federal (PRF), competindo com os possantes que cruzavam a rodovia em Itapema. Na época, sua cadeira foi recolhida e precisou assinar um termo pelo qual responde até hoje na justiça. Sua cadeira maluca ficou 20 dias dentro da delegacia, mas com uma ordem judicial o cadeirante conseguiu seu veículo de volta.
Francisco conta que, em 1994, ele ficou de cara ao ver um amigo também cadeirante de Campinas-São Paulo, que juntou o motor de uma mobilete com a cadeira. Então, ele comprou a mobilete, entregou o projeto a um mecânico, que juntou as peças dentro de uma oficina de carros, em Balneário Arroio do Silva. Com o tempo, ele foi aprimorando a engenhoca. “É o meu meio de transporte quando não quero usar as minhas pernas [próteses]”, afirma.
Com um colega de boteco, Francisco planeja fazer uma cadeira de rodas anfíbia, ou seja, que anda na água. Quer colocar a cadeira em cima de dois caiaques pra poder navegar pelo mangue.
Francisco ficou deficiente há 24 anos. Ele andava descalço numa madeireira em sua terra natal, Minas Gerais, quando o local foi atingido por um raio e levou um choque violento. Como consequência, precisou amputar as duas pernas e um braço. Depois de ficar um mês entre a vida e a morte no hospital, mudou-se para Itapema, onde leva a vida no maior bom humor. Na brincadeira, prefere contar aos curiosos que ficou paraplégico depois de um ataque de tubarão, enquanto surfava nas praias da região.
O rapaz é pescador aposentado e se sustenta como pode, plantando e vendendo adubo orgânico. Amante da natureza, Francisco gostaria de ganhar um celular ou computador pra divulgar seu trabalho de preservação ao meio ambiente, pois ele tem realizado um trabalho de reflorestamento na cidade onde mora. 


Apesar desta história de dificuldades, bato palmas pra ele, pois é um cara que faz!

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